11 de abr. de 2013

Autoconhecimento

 Foto: Luiz Boscardin

Tenho percebido como o autoconhecimento, além de ser matéria prima no trabalho de psicoterapia, passa também a ser valorizado nas organizações.

O líder de hoje nas organizações não é mais aquele que manda e é obedecido por quem tem juízo. Hoje as pessoas questionam mais, querem saber o porque daquilo que estão fazendo e o mais importante, se não estão felizes no lugar em que estão simplesmente vão embora e arrumam um novo emprego e nesse processo as organizações tem perdido muitos talentos.

No consultório nem se fala, o autoconhecimento é peça chave de todo o processo, pois no final das contas não estamos ali para ‘consertar’, o marido, a esposa, os filhos, o chefe, os pais, etc, estamos ali para refletir, questionar e resignificar como a pessoa que está ali à nossa frente relaciona-se com cada um destes outros atores, para aí sim pensarmos estratégias de como fazer diferente, na expectativa de assim gerar respostas diferentes da outra parte.

Pois bem, mas o que quero discutir aqui e o que venho pensando é como fazer isso? Como dar o primeiro passo em direção ao autoconhecimento?

A resposta que me surgiu pode parecer simples e banal, mas é algo por vezes difícil de se colocar em prática, como todo passo quando estamos lidando com a alma humana.

O primeiro passo é se perguntar: ‘como estou cumprindo as minhas tarefas? Como estou me relacionando com aquela pessoa, ou equipe? Como estou me relacionando com meu chefe, meu pai, esposo, esposa? Será que posso fazer diferente? Será que posso fazer melhor?’

Podemos responder a estas questões de forma rápida e simples: ‘Bem. Muito bem. Excelente. Claro sempre dá pra fazer melhor!’ Se por um acaso você respondeu a estas perguntas de forma rápida e rasteira, bom então a próxima pergunta é: ‘Porque você não está se deixando pensar nem um pouquinho sobre o tema? Do que você está se defendendo?’

Quando nos questionamos estamos admitindo para nós mesmos e para os outros que somos falhos e que não somos perfeitos como gostaríamos de ser, ou que não somos o profissional que a última edição de uma revista diz que eu devo ser para alcançar o sucesso, ou a mãe perfeita para meus filhos, ou qualquer outro modelo ideal de humano que tentam nos empurrar goela abaixo.

Isso no consultório talvez seja mais fácil, pois esse é um ambiente seguro, já no ambiente de trabalho é mais difícil já que mexe com a ideia de profissional que as pessoas, e nós mesmos, temos a nosso respeito e por incrível que possa parecer a maioria das empresas busca o cara, ou a mulher, da capa da revista do mês.

Temos que nos lembrar que acima de tudo somos pessoas que se relacionam com pessoas, que assim como nós mesmos são falhos, tem medos, inseguranças e qualidades, muitas qualidades. E que se não soubermos qual é a nossa parcela de responsabilidade nestes relacionamentos, não poderemos fazer diferente, ou melhor.

O primeiro passo, portanto a meu ver é questionar-se, desprendida e corajosamente, sobre o que fazemos e como fazemos. E se preciso pedir ajuda para pensarmos sobre isso.

Abraços e até a próxima.

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